sexta-feira, 11 de junho de 2010

O jornal do futuro?

Por Gutierres Siqueira

A Folha de S. Paulo, como alguns meses de atraso em relação ao seu concorrente principal O Estado de S. Paulo, promoveu mudanças gráficas no jornal impresso. Novos cadernos, ou pelo menos novos nomes nos antigos cadernos, além de um visual mais colorido e com textos curtos procura a aproximação do papel com o online. O lema é a antecipação do jornal do futuro. Será? O site também mudou graficamente. O antigo Folha Online deu lugar para o Folha.com. Mas a mudança ficou restrita ao layout.

O jornal O Estado de S. Paulo inovou melhor. Novos cadernos foram realmente criados, como “Negócios” na segunda-feira. O site Estadão.com ganhou novos colunistas (blogueiros), além de um espaço dedicado exclusivamente para a economia e outro para política. O layout também mudou, além do jornal impresso.

O destaque é que ambos os jornais aumentaram o espaço para textos analíticos e opinativos. A Folha contratou mais colunistas, e os jornalistas da casa ganharam boxes para as suas opiniões. O mesmo aconteceu nO Estado de S. Paulo. O Folha.com dá mais destaque para os blogs, o que antes não acontecia. O Estadão.com sempre liga uma notícia com um texto opinativo que algum dos seus blogueiros tenha escrito.

Em 2009, no ano em que o PIB do Brasil cai 0,2%, a circulação dos jornais pagos caiu 3,46%, segundo estimativas da Associação Nacional de Jornais (ANJ). A Folha de S. Paulo manteve a liderança, de acordo com o Instituto Verificador de Circulação (IVC), com tiragem média de 296 mil exemplares. Entre os principais jornais do país, O Globo ocupa o segundo lugar com 257 mil exemplares. A circulação média de O Estado de S. Paulo no ano passado foi de 213 mil exemplares .

A Folha de S. Paulo pouco inovou. A mudança gráfica é limitada. O Estado de S. Paulo aposta no “conhecimento” em lugar da mera informação. Uma aposta acertada, já que o jornal físico não faz mais sentido em transmitir aquilo que a internet informou 14 horas antes, por exemplo. Novos cadernos analíticos, com novos blogueiros é o caminho.

Agora, todas essas mudanças não respondem a principal questão do jornalismo contemporâneo: Como financiar um jornalismo de qualidade por meio da internet?

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